“As qualificações e as competências são fundamentais para promover a diversificação da base económica do Algarve, uma região que apresenta fragilidades nesta matéria, mas temos vários desafios que são necessários ser ultrapassados.” defendeu Elsa Cordeiro, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, I.P. no Congresso SEA-EU – “Parceria Forte para Enfrentar Desafios Globais e alcançar Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, promovido pelas universidades do Algarve (Portugal) e de Gdańsk (Polónia), em Faro.
“A taxa de abandono precoce da educação e formação rondou 20% em 2019, quase o dobro da média nacional. A percentagem de residentes com ensino superior (15,2%) é a segunda mais baixa do Continente e, mesmo no caso dos jovens entre os 30 e 34 anos que alcançou 34%, é inferior à média do país. Em 2020/2021 a taxa de escolarização (18-22 anos) no ensino superior (22%) mantinha- se distante do valor nacional (40%)” sublinhou a dirigente regional, acrescentando que “a região apresenta a mais elevada taxa de jovens dos 16 e os 34 anos que não estão empregados, não estudam e não estão em formação (16,7%), tendo mesmo aumentado em relação a 2014, ao contrário do que sucedeu no país.”
“A procura por mão de obra intensiva e sazonal acentuou-se e, de 2013 a 2019, o ganho médio mensal foi o mais baixo do país, equivalendo em 2019 somente a 85% do valor nacional, fosso ainda mais vincado no grupo dos licenciados que auferem, em média, apenas 77% do valor nacional”, justificando que na Estratégia Regional Algarve 2030 se assuma que “a melhoria das qualificações é um desígnio para a década, em linha com o Pilar Europeu dos Direitos Sociais”.
Para alcançar tal desígnio, o Programa Regional ALGARVE 2030, que integra os fundos da política de coesão, “mobiliza financiamentos que apoiam a capacitação e as qualificações, designadamente em áreas relacionadas com os desafios societais, por exemplo, com foco na sustentabilidade, na circularidade, na digitalização ou na descarbonização, suportados em processos de descoberta empreendedora, que envolvam os principais agentes regionais, desde que alinhados com a Estratégia Regional de Especialização Inteligente (RIS3Algarve), designadamente nos setores consolidados do Turismo e da Economia do Mar; nos setores complementares dos Recursos endógenos terrestres, da Longevidade e saúde e das Indústrias culturais e criativas; assim como nos setores transversais da Sustentabilidade ambiental (com eficiência energética, economia circular e descarbonização) e da Digitalização e tecnologias de informação, que devem centrar as áreas primordiais de competência, para preparar a região para as transições verde e digital.”
“Tal aposta, permitirá, não só reforçar o ecossistema de inovação, como potenciar a formação e atração de talento, com a universidade a desempenhar um papel muito relevante, mas também para valorizar os trabalhadores, a sua empregabilidade e remunerações”, concluindo Elsa Cordeiro que esse propósito “deve ser um compromisso de todos!”
No final da sessão, foi assinada uma Declaração Global, pelos 42 representantes legais, quer de universidades da Aliança SEA-EU, quer de parceiros académicos e não académicos externos e associados. Com esta Declaração, a Aliança SEA-EU reafirma o seu compromisso para uma cooperação europeia e internacional sustentável no que diz respeito aos desafios comuns da sociedade, através da educação, investigação e inovação conjunta.
A terminar este congresso foi inaugurada uma exposição intitulada “Imagens – Ligando as Cidades Costeiras pelo Mar”, com uma breve declaração da pintora e professora polaca, Aneta Iwona Oniszczuk-Jastrząbek, da Universidade de Gdańsk, Polónia. Outras atividades culturais enriqueceram o evento, como o “Concerto Orquestral dos Mares” pela Orquestra do Algarve.
O encerramento oficial do congresso contou com as intervenções de Ana Cristina Perdigão, diretora-geral da Agência Nacional Erasmus + Educação e Formação, e de Elvira Fortunato, ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal.